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Vale do Rhône: Tradição e Excelência

O Vale do Rhône é muito mais que uma região vinícola, é um lugar onde história, mitos e vinhos de excelência se entrelaçam há séculos. Essa terra fértil, moldada pelas margens do icônico rio Ródano, tem sido berço de alguns dos vinhos mais reverenciados do mundo, com duas estrelas brilhando intensamente: Hermitage e Châteauneuf-du-Pape.

Hermitage: A lenda do guerreiro e o Syrah imortal

Hermitage é um nome carregado de mistério e nobreza. Segundo a lenda, um cavaleiro cruzado, ao retornar das batalhas no século XIII, escolheu o topo da colina para viver como um eremita, isolado da sociedade e seus conflitos. Assim nasceu o nome “Hermitage”, em referência ao eremitério que ali se estabeleceu.

Essa colina íngreme, banhada pelo sol e pela brisa do Rhône, é o lar perfeito para a uva Syrah, nos tintos, e Marsanne, nos brancos. Os vinhos de Hermitage são potentes e elegantes, carregando notas de frutas, especiarias e corpo envolvente e sedoso que expressa o histórico terroir da região. Não é à toa que Hermitage é sinônimo de prestígio, sendo desejado por colecionadores e enófilos ao redor do globo.

Châteauneuf-du-Pape: O vinho dos papas

Mais ao sul do Vale do Rhône, encontramos Châteauneuf-du-Pape, uma região que carrega no próprio nome sua ligação com a história. Durante o século XIV, quando os papas se estabeleceram em Avignon, este pequeno vilarejo tornou-se o coração da produção de vinhos da corte papal, buscando assemelhar-se aos vinhos consumidos pelos papas da época.

Com seu solo coberto por pedras roladas e um clima mediterrâneo, esse local tornou-se o cenário ideal para a produção de vinhos robustos, complexos e cheios de personalidade. A mistura harmoniosa de até 13 variedades de uvas, como Grenache, Syrah e Mourvèdre, é permitida aqui, oferecendo rótulos com camadas de frutas maduras, especiarias quentes e um toque herbáceo. Já nos brancos temos uvas como Grenache Blanc, Roussanne, Clairette e Bourboulenc criando brancos bastante aromáticos, equilibrando corpo volumoso com acidez e mineralidade, por vezes com a presença de carvalho.

Os vinhos de Châteauneuf-du-Pape foram os primeiros na França a ganhar uma denominação de origem controlada (AOC), em 1936, reforçando a relevância histórica e a busca pela qualidade que caracteriza essa região. A garrafa, marcada com o emblema do papado, é um símbolo de tradição e excelência, sendo reconhecida instantaneamente por apreciadores ao redor do mundo.

Hermitage e Châteauneuf-du-Pape: o contraste que fascina

Enquanto Hermitage reflete a austeridade e a força em um território compacto, Châteauneuf-du-Pape encanta pela generosidade de seus blends e a diversidade de terroirs. Ambos, no entanto, compartilham um elemento essencial: o Rhône como fio condutor de uma história rica e vinhos que transcendem o tempo.

Explorar esses ícones é mais do que provar vinhos, é viajar pela história, pelas lendas e pela alma de uma das regiões mais cativantes do mundo. Que tal abrir uma garrafa e sentir a história do Rhône na sua taça? 🍷

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